Escrevo há algum tempo... Creio que desde o primeiro instante em que passei a me situar no mundo. A urgência foi imediata. Expor, gritar, me inserir lá, naquele (outrora) pedaço de papel. Fui salva inúmeras vezes por essa terapia muda, jogando nela a euforia e a dor e, depois de um tempo, vendo-as registradas como parte de algo que não posso renunciar: a mim.
Tenho certo pudor de me ver assim exposta, quase que em totalidade, para quem quiser ver... A sensação de nudez é iminente. Mas cá estou. Vim num impulso. Depois de centenas de escritos perdidos em papéis só meus, depois de um anterior e abandonado blog que nunca divulguei. Vim sem razão. Mais para me ler do que ser lida.
A pequena frase em inglês que dá nome ao blog, a quem interessar saber, não parou aqui por 'boniteza'. Ela me reflete. Me aconteceu há alguns anos, enquanto assistia a um genial filme de Sofia Coppola, intitulado Lost in Translation (Encontros e Desencontros - título em português). Era a chamada do mesmo, e eu me vi ali. Acho que é isso... Everybody wants to be found. Sim, queremos. A gente teima em tentar se conhecer, mas, no fundo, no fundo, o que todo mundo procura é o silencioso consentimento do outro que, sem a gente precisar pedir, nos diz: eu entendo.
Raquel Barroso