(...) - Eu te amo. Sim, sim, eu amo. Mas não dá. É errado. É insano. Fora de cogitação. Eu quero, sei que quero, sei que relembro a cada minuto o gosto da tua saliva, o cheiro da tua pele, os contornos que conheci melhor do que ninguém. Eu penso no teu sorriso e sorrio também, porque só tua lembrança me balança o peito, me contrai os músculos, me amarra as vísceras. Eu preciso, indubitavelmente necessito, mas não posso. Não me é permitido. Não mereço, não mereces, não nos é de direito, não nesta vida. Tua ausência me rasga, me açoita, mas, ainda assim, existe o outro, os outros, o mundo lá fora, os julgamentos, a condenação certa, o futuro incerto. E eu tenho medo. Medo de ti, do passado, do presente, do que me espera, da dor que acompanha, da vida que segue. É tanto amor e tanto medo que não ando, mal caminho, apenas me arrasto... Carente de rumo e direção. Carente de consentimento. Carente de coragem. Carente de você.
Cada dia mais distante, insistindo no que de mim te afasta. Abraçando minhas ilusões ao dizer: ''Felicidade, para quê?''
Cada dia mais distante, insistindo no que de mim te afasta. Abraçando minhas ilusões ao dizer: ''Felicidade, para quê?''
Raquel Barroso
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