sábado, 5 de maio de 2012

Perdão já é amor


"Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra."  - Escutei ontem uma variável desta frase que eu já gostava, mas que nem sempre consegui pôr em prática. Na verdade, a maioria de nós guarda tanta dor, tantas lástimas, tanta ira e tanta mágoa, que mal conseguimos distinguir luz de treva. 
De fato, não é fácil. Se nem sempre é assim tão simples amar quem nos ama, imagine então amar quem tudo faz para não merecer sequer um aceno.
O notável Lord Byron dizia que "a recordação da felicidade já não é felicidade, mas a recordação da dor ainda é dor". Penso que ele estava certo, como também penso que por isso mesmo faz-se urgente transformarmos nossos maus momentos, nossos desafetos, as injustiças que nos foram cometidas, as traições que nos aplacaram e o amor que nos foi negado em perdão. 
Não perdoar pra silenciar o ser, não perdoar para continuar a ser machucado, não perdoar com o objetivo único de obter o arrependimento do outro. Perdoar por ser o único caminho que nos leva ao nosso íntimo e nos conforta, independente da postura do mundo ou do autor da ofensa, pois nos abre as portas de uma realidade menos escura, que nos torna mais sensíveis e receptivos ao bom, ao bem, à Deus.
Mas aí você me diria que é possível o perdão, mas não o amor. Diria isso de forma convicta e certo da impossibilidade de tal sentimento. Acho que até eu pensaria e diria o mesmo.
Mas o que a gente não sabe, o que a gente sequer supõe, o que nossa alma ainda não consegue distinguir é que perdão, meus caros, perdão já é amor.

Raquel Barroso

Ps: And I'll keep trying to free my soul. Thanks, God.

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