quinta-feira, 1 de março de 2012

Já não sei


Queria ter inspiração
Mas tudo denuncia que...
Ando louca
Muito fora de mim
Jogando pela janela
As cores do meu quarto
O resto de luz deste lugar em penumbra


Toda essa consternação
Insinua que minha loucura
Será perdoada
Porque ela vem de quem perdeu o norte
Perdeu o porte
E talvez já nem suporte
O cheiro de mofo dos baús da coerência
Das coisas arrumadas
Dos fios aprumados onde se posa de equilibrista


Odeio agora a simetria do que é correto
Do que é justo, do que está posto
Faço curvas nas retas nas quais
Tracei meus rumos e prumos até então
Transpiro a fadiga das pessoas todas
As exaustas.
As que não se vêem, mas que, como eu,
sentem-se loucas.
Pessoas que rompem seus limites
E gritam
Porque há coisas que só o grito pode dizer.


(Proclamo aos quatro ventos
Que tudo que eu era antes,
já não me serve mais...)


Raquel Barroso

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